‘É importante distinguir condutas individuais e das Forças Armadas’, diz Defesa
Ao todo, 24 denunciados são militares, incluindo o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, Augusto Heleno e Braga Netto
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

O Ministério da Defesa se pronunciou nesta quarta-feira (19) sobre a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) a respeito de uma suposta tentativa de golpe de Estado e afirmou que é necessário distinguir as condutas individuais das Forças Armadas (veja a nota completa abaixo).
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“A avaliação do ministro José Múcio Monteiro é de que a apresentação da denúncia é mais um o para se buscar a responsabilização correta, livrando as instituições militares de suspeições equivocadas.”
Ao todo, 24 denunciados são militares, incluindo o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, e militares de alta patente, como pelo menos seis generais: Augusto Heleno, Estevam Cals Theophilo, Mário Fernandes, Nilton Diniz Rodrigues, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. Também há outros cinco coronéis e sete tenentes-coronéis.
Confira nota completa:
O Ministério da Defesa informa que a denúncia da Procuradoria-Geral da República é importante para distinguir as condutas individuais e a das Forças Armadas. A avaliação do ministro José Mucio Monteiro é de que a apresentação da denúncia é mais um o para se buscar a responsabilização correta, livrando as instituições militares de suspeições equivocadas.
De acordo com a denúncia, Bolsonaro liderou uma organização criminosa com a intenção de tomar o poder após não vencer às eleições. A denúncia agora será analisada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Caso a Corte aceite-a, os denunciados se tornam réus.
Veja quem são os militares denunciados pela PGR por suposta tentativa de golpe de Estado
- Ailton Gonçalves Moraes Barros - ex-major do Exército e advogado;
- Almir Garnier Santos - ex-comandante da Marinha de abril de 2021 a dezembro de 2022;
- Ângelo Martins Denicoli - major da reserva do Exército;
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira - general do Exército e ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
- Bernardo Romão Correa Netto - coronel do Exército;
- Cleverson Ney Magalhães - coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
- Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira - General de Brigada do Exército;
- Fabrício Moreira De Bastos - ex-comandante do 52º Batalhão de Infantaria de Selva em Marabá (PA);
- Giancarlo Gomes Rodrigues - subtenente do Exército;
- Guilherme Marques De Almeida - tenente-coronel de Infantaria;
- Hélio Ferreira Lima - tenente-coronel;
- Jair Messias Bolsonaro - capitão reformado e ex-presidente da República;
- Marcelo Costa Câmara - coronel do Exército;
- Márcio Nunes De Resende Júnior - coronel do Exército;
- Mário Fernandes - general da reserva;
- Mauro César Barbosa Cid - Tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
- Nilton Diniz Rodrigues - General do Exército;
- Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira - General do Exército e ex-ministro da Defesa;
- Rafael Martins De Oliveira - tenente-coronel;
- Reginaldo Vieira De Abreu - coronel;
- Rodrigo Bezerra De Azevedo - tenente-coronel;
- Ronald Ferreira De Araújo Júnior - tenente-coronel;
- Sérgio Ricardo Cavaliere De Medeiros - tenente-coronel;
- Walter Souza Braga Netto - General da reserva, foi candidato à vice-presidente em 2022.
Discurso pronto
Segundo a PGR, o documento previa a decretação de Estado de Sítio e a implementação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem), medidas cujo objetivo seria impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e assegurar a permanência de Bolsonaro no cargo.
“O discurso encontrado na sala de Jair Messias Bolsonaro reforça o domínio que este possuía sobre as ações da organização criminosa, especialmente sobre qual seria o desfecho dos planos traçados — a sua permanência autoritária no poder, mediante o uso da força”, diz trecho da denúncia.
Segundo o órgão, o documento foi encontrado na sede do Partido Liberal, na sala do próprio ex-presidente Bolsonaro, e também no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.
“O material arrecadado consistia num texto impresso sobre declaração de ‘Estado de Sítio’ e decretação de ‘Operação de Garantia da Lei e da Ordem’. Tratava-se do discurso a ser recitado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no momento da efetivação do golpe de Estado. O mesmo texto também foi encontrado no aparelho celular de Mauro Cid”, escreveu.