Bolsonaro e Braga Netto não falaram sobre plano golpista, diz Rogério Marinho ao STF
Marinho destacou que ‘de maneira alguma’ Bolsonaro sinalizou a intenção de ruptura democrática ou golpe de Estado

Ex-ministro do Desenvolvimento Regional no governo Bolsonaro e atual senador pelo PL do Rio Grande do Norte, Rogério Marinho afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que não houve conversa sobre plano golpista por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro e do general Walter Braga Netto. Ambos são réus no STF por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Marinho falou ao STF na condição de testemunha de defesa dos dois. Segundo o senador, ele teve um encontro com Bolsonaro após as eleições. “O presidente agradeceu o trabalho dos seus auxiliares, listou pontos que falaria no seu discurso e escolheu o ministro que faria a transição”, disse.
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Marinho ressaltou que “de maneira alguma” Bolsonaro sinalizou a intenção de ruptura democrática ou golpe de Estado
“Vi a preocupação do presidente que não houvesse excessos. Bolsonaro queria civilidade na transição de poder. Estávamos chateados e não esperávamos a derrota. E não é fácil uma derrota na circunstância que ocorreu. Eu vi o presidente preocupado”, destacou o senador.
Interrogatórios dos réus
O ministro do STF Alexandre de Moraes marcou para 9 de junho o início do interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. As audiências serão realizadas presencialmente na corte. Apenas o interrogatório do general Walter Braga Netto será por videoconferência, pois o militar está preso.
Serão interrogados os réus do chamado “núcleo 1″ de investigados:
- Jair Messias Bolsonaro - ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem – ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Investigação) e atual deputado federal;
- Almir Garnier – almirante e ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
- Augusto Heleno – general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Mauro Cid – tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira – general e ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto – general da reserva, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e vice de Bolsonaro nas eleições de 2022.
No dia 9, os interrogatórios ocorrerão das 14h às 20h, sendo o réu colaborador Mauro Cid o primeiro a falar.
Caso haja necessidade, Moraes designou as seguintes datas para continuidade do interrogatório:
- 10 de junho, das 9h às 20h;
- 11 de junho, das 8h às 10;
- 12 de junho, das 9h às 13h; e
- 13 de junho, das 9h as 20h.
O ministro deixou claro que os réus têm o livre direito de falar ou ficar em silêncio, nos termos da Constituição.
Após as manifestações dos réus, Moraes elaborará o relatório (resumo do caso) e apresentará seu voto para o julgamento. A conclusão dessa análise não tem prazo definido. Assim que estiver finalizada, a ação penal será liberada para inclusão na pauta de julgamento.
A expectativa no STF é de que o caso do “núcleo 1” vá a julgamento entre setembro e outubro deste ano. O processo tramita na Primeira Turma da Corte, composta por:
- Cristiano Zanin (presidente da Turma);
- Alexandre de Moraes (relator do caso);
- Cármen Lúcia;
- Flávio Dino; e
- Luiz Fux.
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