‘Estavam ali em luta pela democracia’, diz Crivella sobre condenados pelo 8 de Janeiro
Em abril de 2023, Crivella e outros 26 deputados do Republicanos propam anistia a envolvidos no episódio
Brasília|Do R7

O deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), um dos propositores da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro, afirmou nesta segunda-feira (24) em entrevista à RECORD que acredita que a proposta será pautada e aprovada na Câmara dos Deputados. Para o parlamentar, os envolvidos nos episódios daquele dia estavam “em luta pela democracia”.
Em abril de 2023, Crivella e outros 26 deputados do Republicanos apresentaram um projeto de lei para conceder anistia aos participantes de manifestações de motivação política ocorridas entre 30 de outubro de 2022 e o dia em que a lei entrar em vigor. Segundo Crivella, 80% dessa proposta foi aproveitada no texto apresentado pelo relator da matéria, Rodrigo Valadares (União-SE).
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Crivella não concorda com as penas estabelecidas para os envolvidos no 8 de Janeiro. Ele pede que o projeto seja analisado em regime de urgência pela Câmara, o que levaria a votação direto ao plenário, sem ar por comissões.
“Apresentamos em dezembro [de 2023] um requerimento de urgência, pela preocupação que nós temos de ver mães de família, pais de família, jovens que foram presos, ao nosso ver, por um critério absolutamente equivocado. Dizer que estavam protestando contra a democracia ou que iriam implantar no Brasil o comunismo, o fascismo. Pelo contrário, na alma, no coração, no espírito de cada um deles, não há dúvida que estavam ali em luta pela democracia”, disse.
Segundo o deputado, a intenção do projeto é dar anistia completa para os condenados que não cometeram crimes de violência, com exceção de autoridades. Como exemplo, o deputado citou o caso de Débora Rodrigues dos Santos, que pode ser condenada a 14 anos de prisão pela participação nos atos. Ela é acusada de pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, situada em frente ao prédio do STF.
O parlamentar disse, ainda, que caso o projeto seja aprovado na Câmara, o Senado deve “respeitar” a decisão e também aprovar a proposta.
Parlamentares da oposição mantêm pressão para que o projeto para anistiar envolvidos no 8 de Janeiro entre na pauta da Câmara em abril. O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), defende que o projeto tenha alguma movimentação, seja na comissão especial do tema ou com a votação de um requerimento de urgência em plenário.