Galípolo não pode dar cavalo de pau e aumento de juros foi dado por Campos Neto, diz Haddad
Ministro da Fazenda destaca que elevação da taxa Selic foi contratada em última reunião feita pelo ex-presidente do Banco Central
Economia|Do R7

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou Roberto Campos Neto e culpou o ex-presidente do BC (Banco Central) pelo novo aumento dos juros no país - 14,25% ao ano, a maior desde 2016. O atual chefe da instituição monetária, Gabriel Galípolo, porém, foi indicado por Luiz Inácio Lula da Silva e a elevação da Selic se deu sob seu comando.
De acordo com o responsável pela área econômica, a nova chefia do BC “não pode dar um cavalo de pau”.
Leia mais
“Eu penso que esse aumento [dos juros] estava contratado pela última reunião do Copom do ano ado. Na última reunião de dezembro, a última sob o último presidente do BC, que vou lembrar, ele foi nomeado pelo Bolsonaro e ficou dois anos além do mandato de Bolsonaro na presidência do BC. Você contratou três aumentos bastante pesados na Selic na última reunião do ano ado”, afirmou Haddad.
“Depois que [Galípolo] assumiu, não pode dar um cavalo de pau. O novo presidente e os diretores têm uma herança a istrar, assim como eu tenho em relação a Paulo Guedes. Não foi fácil você manter o país funcionando depois de 2022″, completou o ministro, acrescentando que a instituição “vai buscar o melhor para o país”.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu de forma unânime na última quarta-feira (19) aumentar a taxa básica de juros em um ponto percentual, para 14,25% ao ano, o maior patamar desde agosto de 2016. A alta é a quinta consecutiva desde setembro do ano ado.
A reportagem acionou a equipe de Guedes, e o ex-ministro não vai se pronunciar neste momento.
A decisão veio alinhada às expectativas do mercado financeiro, que projetava a elevação dos juros. A nova taxa valerá ao menos pelos próximos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.
Segundo o Copom, o cenário interno da economia, “marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, exige uma política monetária “mais contracionista”, o que justifica a alta da Selic.