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Exclusivo: escândalos, briga por terras e mortes: a cronologia da venda de sentenças no STJ

De investigações das polícias civis estaduais à Polícia Federal, caso de vendas de sentenças chega ao STF e escancara corrupção no Judiciário

Natália Martins|Natália MartinsOpens in new window

Grupo cobrava R$ 250 mil para matar ministros Rafa Neddermeyer/Agência Brasil - 22/02/2024

Com a prisão de cinco homens pela morte do advogado mato-grossense Roberto Zampieri, um esquema de venda de sentenças ganha mais um capítulo. A existência de um grupo armado de militares aposentados foi descoberto inicialmente pela Polícia Civil de Mato Grosso, mas não está no STF (Supremo Tribunal Federal) por acaso.

A investigação principal sobre a corrupção no judiciário começou com a morte do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023. O advogado atuava em causas de disputas milionárias de terras em Mato Grosso.

As investigações iniciadas no estado já davam conta de que Zampieri tinha ótima relação com desembargadores e autoridades do judiciário e apontavam negociações de decisões judiciais.

No âmbito da Polícia Federal, a superintendência de Mato Grosso realizou operações para apurar o envolvimento de juízes e conseguiu o afastamento de magistrados dos cargos.


Com o assassinato do advogado, a polícia apreendeu o celular dele na cena do crime, para auxiliar nas investigações do que, até então, tratava-se de um homicídio. Segundo fontes na investigação, a viúva de Zampieri estava muito empenhada em recuperar o aparelho do marido. O interesse era tanto que chamou a atenção da justiça.

Em uma decisão, o juiz do TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso) Wladymir Perri confiscou o conteúdo extraído do celular da vítima pela Polícia Civil e colocou todo o processo sob sigilo.


Preocupado com um possível descarte de provas, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) determinou que a polícia acompanhasse a extração das cópias dos materiais apreendidos, para garantir que as provas colhidas fossem preservadas e encaminhadas à corregedoria. O CNJ determinou também que nada fosse descartado.

Investigação migra para Brasília

Com o avançar das investigações, o lobista Andreson de Oliveira, sócio e parceiro de Zampieri nas negociações com o judiciário, foi alvo de operações da PF em seus dois endereços, em Cuiabá e em Brasília. O escândalo de venda de sentenças começava a migrar para a capital do país, agora em uma corte superior, o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Assessores de ministros do STJ foram afastados e o lobista Andreson preso.


O novo lobista

A investigação ganhava agora outros nomes e braços. Na última semana, um suposto operador de Andreson também foi preso tentando obstruir as investigações. Ao acordar com a PF em sua porta para o cumprimento de uma busca e apreensão, Diego Cavalcante jogou o celular pelo muro e pediu a ajuda de um personal para resgatar o aparelho e esconder da polícia, segundo fontes da PF.

A PF apura agora se Diego continuava assediando servidores do STJ e tomando o lugar de Andreson no negócio, aparentemente, muito lucrativo. Desde que Andreson foi preso, em novembro de 2024, Diego teria comprado pelo menos dois carros de luxo, da marca Porsche.

Em outra ponta do caso, a Polícia Civil do Distrito Federal registrou um boletim de ocorrência feito por uma autoridade da Procuradoria do DF que denunciou a ex-mulher, a advogada Caroline Azeredo, por supostamente participar de um esquema de venda de sentenças dentro do STJ.

O procurador resolveu denunciar a ex-mulher após uma briga em Portugal, onde ambos participavam do XII Fórum Jurídico de Lisboa. Caroline foi julgada e afastada da advocacia pelo Tribunal de Ética da OAB-DF por 90 dias.

Por envolver servidores do STJ, desde novembro do ano ado, é o STF (Supremo Tribunal Federal) que acompanha e mantém essa investigação, sob relatoria do ministro Cristiano Zanin, em sigilo.

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